Permissa Máxima Vênia
Eu peço licença aos Deuses de toga para criticar!
Com todo respeito é necessário dizer – façam a sua parte!
Não tenham vergonha de pedir auxílio se dele precisar,
Dispensem o status que os enclausura em seus gabinetes!
Saiam às ruas, aos corredores, aos cartórios... cheguem perto do povo!
Peçam licença e se façam presença na hora da decisão,
Não abram mão de julgar – esta função é indelegável – comecem de novo!
Refaçam o caminho e saboreiem o prazer de bem cumprir a missão!
Que “pedir licença com muito respeito” mereça ao menos um “pode entrar”!
Que o julgador tenha a paciência de ouvir, o dom de captar a verdade,
A capacidade de compreender a urgência de tempestivamente julgar,
E que julgue, há que julgue ele mesmo, sem delegar, sem que seja tarde!
Não pactuo da ilusão de que o procurador é perfeito, ou a testemunha pura!
Que tudo que se leva ao processo é o melhor do direito, não mereça censura,
Mas nos autos a cada um cabe concretizar o que lhe foi reservado ser feito
E ao Juiz não é permitido errar pois sua obrigação é decidir com acerto!
Peço vênia para reclamar esta obrigação de bem julgar!
A missão do magistrado é nobre, merecidamente respeitada!
Esta profissão imponente destila status em qualquer lugar,
Mas exige o equilíbrio da balança e presença forte qual espada!
Peço vênia ainda para ir além – despertem! E que seja logo!
Não permitam que a própria omissão lhes furte a missão de decidir!
Delegar demais, julgar de menos, demorar para definir o jogo,
É uma ameaça a imagem do magistrado em tempos que estão por vir!”
Da Coletânea NOSSOS DIAS - CEM POESIAS
Autora: Roseli Cachoeira Sestrem