Permissa Máxima Vênia

29/10/2020

Eu peço licença aos Deuses de toga para criticar!

Com todo respeito é necessário dizer – façam a sua parte!

Não tenham vergonha de pedir auxílio se dele  precisar,

Dispensem o status que os enclausura em seus gabinetes!

 

Saiam às ruas, aos corredores, aos cartórios... cheguem perto do povo!

Peçam licença e se façam presença na hora da decisão,

Não abram mão de julgar – esta função é indelegável – comecem de novo!

Refaçam o caminho  e saboreiem o prazer de bem cumprir a missão!

 

Que “pedir licença com muito respeito” mereça ao menos um “pode entrar”!

Que o julgador tenha a paciência de ouvir, o dom de captar a verdade,

A capacidade de compreender a urgência de tempestivamente julgar,

E que julgue, há que julgue ele mesmo, sem delegar, sem que seja tarde!

 

Não pactuo da ilusão de que o procurador é perfeito, ou a testemunha pura!

Que tudo que se leva ao processo é o melhor do direito, não mereça censura,

Mas nos autos a cada um cabe concretizar o que lhe foi reservado  ser feito

E ao Juiz não é permitido errar  pois sua obrigação é decidir com  acerto!

 

Peço vênia para  reclamar esta obrigação de bem julgar!

A missão do magistrado é nobre, merecidamente respeitada!

Esta profissão imponente destila status em qualquer lugar,

Mas exige o equilíbrio da balança e  presença forte qual  espada!

 

Peço vênia ainda para ir além – despertem! E que seja logo!

Não permitam que a própria omissão lhes furte a missão de decidir!

Delegar demais, julgar de menos, demorar para  definir o jogo,

É uma ameaça a imagem do magistrado em tempos que estão por  vir!”

 

Da Coletânea NOSSOS DIAS - CEM POESIAS

Autora: Roseli Cachoeira Sestrem