Infindáveis dias de Isolamento
Os que podem continuam despertando toda manhã,
Mas a vida parece não acordar de um pesadelo infinito,
As esperanças não são novas mas continuam vans,
E tudo passa muito lento num presente que não foi escrito.
Pessoas separadas de suas famílias de seus pares,
Hospitais sem leitos, ruas desertas, a cura inexistente.
A pandemia aterroriza e se infiltra em todos os lugares,
E fica sustador um simples seguir em frente.
O homem não nasceu para viver sozinho, sem multidão...
Brindar com uma taça só é uma missão triste e amarga,
De um simples abraço a um forte aperto de mão,
Tudo faz falta num tempo de isolamento que se alarga.
O som da água que faz e refaz o caminho na fonte,
A mágoa apertando o peito pela liberdade que não vem,
E olhando o despenhadeiro sem visualizar a ponte,
Continuamos isolados pois o vírus nos faz refém.
Pior é não conhecer o que está do outro lado,
O que nos espera após esta travessia macabra.
Assim passamos os dias num horizonte apertado,
Esperando que a porta da cura surja e se abra.
Sozinhos somos mais tristes, mais fracos,
Travamos um confronto desigual com a pandemia.
O arco-íris da vida coberto de negro e opaco,
É uma bandeira marcada pelo tom da agonia.
Da Coletânea UMA POESIA POR DIA PARA ENFRENTAR A PANDEMIA
Autora: Roseli Cachoeira Sestrem